5.5.11

Adeus, adeus!



Acredito fielmente em sonhos. Se eu vivo um ou não já não importa, ou, pelo menos já não importa tanto quanto importou no passado. Se o sonho é realidade, ou deixa de ser, para mim é tudo apenas um ponto de vista relativo. Assim como tudo é relativo, sei que meu sonho representa verdadeiros pesadelos aos olhos de terceiros.
Não sei se posso confirmar ou negar a dor, ela existe, muito embora as vezes seja gostosa demais para afastar. A vida é construida assim e seria hipocrisia minha negar que não gosto da vida como ela é. Se eu escolhi a dor por masoquismo ou não, também não importa, se vai doer, prefiro que seja ao meu jeito.
Sinto-me em um jogo e prefiro assim. A vida é um perfeito jogo de xadrez onde o xeque-mate é apenas uma vitória temporária de um grande campeonato de teatro. Pessoas fingindo ser submissos, fingindo ser pessoas, fingindo gostar do submundo que a vida lhes apresentou.
Ora, se só se é o que se é, então se nasceria o que se deve ser. As pessoas e suas devidas determinações nascem e são moldadas. Seria errado então desejar o que se sonhou mesmo que isso vá de encontro a tudo que lhe foi ensinado? Ou seria errado não desejar o que sou, sabendo que quando me nego sou infeliz?
Gosto da dor! Alguém me acuda! Danço comigo mesma em uma valsa infinita de um ritmo apaixonante e desesperador em frente a uma platéia de pobres plebeus que aplaudem e esfaqueiam com a mesma facilidade que mentem sobre suas paixões.
Gosto da dor! E o que posso fazer se não andar lado a lado com meu carma? As pessoas me perguntam sobre meu destino e eu digo de peito cheio que só sei o que sei e não faço adivinhações pois o que tenho me basta.
A felicidade momentânea, ou a tristeza passageira, são o mesmo! Escolhi um caminho espinhoso em que me entregar é tudo que resta. Porque há portas, mas não há saída! A prisão me ganha e me faz assinar cadastros diários com meus Senhores. E o que se pode fazer se não admitir que perdi? E que meu orgulho me perdoe, eu perdi mesmo!
Já não me pertenço ou se existe alguma parte que me pertençe eu abro mão! Já não quero dizer não quando tudo que eu penso é no sim. Já não quero me negar quando tudo que resta é assumir. Já não quero virar as costas pra mim mesma!
E que o meio todo me perdoe...Eu escolhi ser feliz. Fechei o divã, guardei a criança e abaixei os olhos. Só Eles me tem e fora isso, eu escolhi apenas o calabouço. Adeus, adeus!

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