30.4.11

Nirvana público



Os simbolistas realmente estão certos. Três quartos do prazer de se abrir um presente é tentar adivinhar o que há dentro dele. É assim que eu me sentia ontem. A expectativa e a ansiedade pareciam quase explosivos pela manhã daquela sexta feira, dia 29 de abril. Eu fechava os olhos, lembrava de tudo que a Dona havia me dito no msn na noite anterior e não conseguia se quer imaginar o que iria acontecer comigo.
Claro, o nervosismo de saber que pessoas baunilhas iriam assistir a tel cena - seja lá qual fosse - só me deixava mais ansiosa ainda. E se elas não gostassem? E se eu fosse um desastre total? Cenas em público nunca foram meu forte, mas, pelo bem da demonstração e conversão de novos Dominadores, Submissos ou SW eu havia topado o desafio. Explico várias vezes as minhas amigas baunilhas que iam ao evento como ia ser, embora eu não soubesse se elas de fato entendiam. Eu mesma não sabia o que entendia naquele ponto.
O tempo passou rápido depois disso, quando me dei conta já estava na metade de tarde e eu estava sentada embaixo do chuveiro com uma respiração calma e constante de quem abriu mão para se entregar. Neste ponto da tarde, já não me importava o que iria acontecer comigo, eu queria simplismente que Eles me levassem aonde quisessem e só isso. Escolhi uma roupa bonita - mesmo sabendo que os Donos já haviam me comprado um vestido para usar, me maquiei e fui.
Ao chegar ao local tudo parecia se encaixar tranquilamente, me sento, espero todos chegarem, observo o movimento, explico algumas coisas para minhas amigas. Observo as pessoas brincando, os baunilhas se encantando com chicotes e cane e penso sorrindo: "Ah, eu também já fui assim". E lembro do processo todo e quase desejo compartilhar com todos como o BDSM é gostoso quando se realmente o vive, mas permaneço calada, afnal de contas, eles estão apenas no começo da jornada. Troco de roupa e me sento de novo.
As pessoas comentam meu nome, a Dona sorri, o Dono some. Ouço vários comentários como: "Ah, faz isso com a fox" ou "Que legal que vão fazer isso". Mas já não importa mais, tudo que importa naquele momento é tudo que Eles podem me oferecer e a entrega que eu estou disposta a dar na frente dos amigos, colegas e baunilhas. É um teste pessoal, mas também um presente que eu queria dar ao meu Dono em especial.
Quando todos brincam meu Dono aparece de novo. Eu automaticamente abaixo a cabeça. Ouço Ele explicar que vamos fazer uma cena de spanking e depois disso, não escuto mais nada. Chego perto, beijo a mão dos Donos e então a Dona me diz:"Tira o vestido". Acho os laços, solto e puxo o vestido. A cena fica dificil porque sinto todos os olhos em mim, inclusive dos meus Donos e nessa hora os olhos Deles tiveram um peso enorme, avaliativo e totalmente excitante.
Olho para as cordas penduradas em uma pilastra e entendo que devo passar minhas mãos ali para me dar apoio para o que quer que fosse acontecer. Coloco as mãos, ajusto o peso e me dou para ser colocada na posição que eles quisessem.
A Dona aparece primeiro atrás de mim, as tapas dela, no começo não tinham peso algum, apenas impacto em cima de impacto e depois, aquele quentinho gostoso tão bem conhecido já. A mão passa pra cane e aí eu me retorço.
A cane, ao contrário da mão, tem um poder quase desesperador. Ela é boa e ruim ao mesmo tempo e por isso, nunca consigo decidir se gosto dela. Sinto uma palmada do Dono e me desconcentro. A mão Dele, talvez como sua coleira, tenha um poder que poucos entendem. Ela pode muito pesada e dificil mas ao mesmo tempo ela pode ser fantástica e motivo de prazer. Depois da mão do Dono não lembro bem, sei que apanhei de cane, de raquete e com um chicote com pinos de metal totalmente dolorosos. A dor estava naquele ponto: entre o prazer e o desespero. E foi aí que a brincadeira de fato começou!
A Dona chega do meu lado, mostra um ralador com cabo para me bater e pergunta se é isso que eu quero. Lógico, eu aceito.
A primeira pancada do ralador foi pura ansiedade, minha e Dela. O desejo de causar e fazer e unir aquela fantasia imaginada acho que desde o dia em que nós 3 nos conheçemos. A segunda, foi surpreendente. Não, não foi de dor, alias, não doeu. Eu saí do mundo. O prazer foi tão grande que eu relaxei e passei a desejar mais. Quanto mais ela batia, mais eu sentia-me lançada a um furacão de sentidos e prazer. Não sei quantas vezes, sei que quando senti o primeiro filete de sangue escorrer pelas pernas eu mordi a boca com força e me controlei para não gozar em público.
Então, Ela entregou o ralador para Ele. Se eu pudesse explicar em palavras o que sinto quando Ele me bate...mas não posso, porque não é nem desse mundo! Acho que é uma espécie de nirvana mágico, uma mistura de dor absurda com prazer abusrdo. Eu sentia o sangue escorrendo e nossa...minha mente ficou vazia em um nível em que eu não era mais minha, a dor não era mais dor, o prazer não era mais prazer e meus pés não estavam mais no chão.
Não havia nada capaz de me ancorar naquele momento. Eu tinha perdido meu porto e isso talvez só entenda quem já sentiu o que eu senti ontem a noite. Quando a cena acabou senti muito frio e logo fui levada para dentro, onde a Dona, com muito carinho, cuidou dos ferimentos. Voltamos ao grupo onde fiquei junto aos pés dela, recebendo carinho e retribuindo meu calor em agradecimento.
Não sei quantas vezes agradeci ela e ao Dono, mas seja lá quantas vezes fora, não foi o suficiente. Nessa hora, a Dona chega perto de mim e diz: "meu bem, quer que a gente te corte?" É...talvez ninguém me entenda e me leia tão bem como meus Donos fazem.
E fiquei algumas horas me recuperando e olhando outras cenas enquanto tudo era preparado.
Eu permanecia inquieta, sem paciencia comigo mesma e tentava me ancorar na Dona.
Ajudo os Donos a arrumar algumas coisas, nesse ponto, só algumas pessoas do meio parmanencem no local e então entrego tudo novamente. Descubro o prazer de sair do controle.
Deixo que eles preparem minha pela, discutam onde vão cortar, a luz calma e o ar me deixavam tranquila. Naquele momento acho que eu nem era a fox ou a faith, eu era a submissa do Senhor Etrom e da Senhora Eve simplismente.
Ela vem perto de mim, me faz carinho no cabelo e segura minha mão dizendo que não irá sair dali. Ela vira meu porto. Minha entrega passa a ser para o Dono, e confio cegamente Nele e em seu poder sob mim.
Sinto a lamina encostar, relaxo e fecho os olhos. Quando a dor, fina, aberta e dilacerante começa, junto com ela sou empurrada a um quase orgasmo sem explicação alguma. Gemo, mas não de dor e pela primeira vez isso acontece.
Não sei quantos cortes foram, porque não olhei ainda, acho que 3 ou 4, e, a cada um deles, eu gemia e me soltava, e gozei na beira de um precipicio que eu acho que nem sou capaz de entender ainda. Termino sem ar, em uma onda de adrenalina fortíssima e totalmente sem chão. Eles limpam os cortes, fazem um curativo antes mesmo que eu avalie o estrago com atenção. Ela me mostra uma foto dos cortes e foi melhor assim. Ela me cobre e me força a comer um pouco de biscoito com suco. Talvez ela não entenda, achou que fosse falta de sal, mas nem mesmo eu entendo o ponto onde cheguei. Não se compara ao gozo comum ou um mero orgasmo, mas sim a um nirvana de dor e prazer e gozo e entrega e .... uma tempestade . Não tenho como explicar, foi melhor do que qualquer outro prazer sexual que já senti na vida.
Hoje me sinto livre e prisioneira, ferida e curada, perdida e achada. Deles...é isso, me sinto Deles.
Obrigada Donos!

24.4.11

A conquista

(google imagens)

 
"O conquistador dá leis aos povos obedientes." ( Virgílio )

A noite ia alta em um nevoeiro de sensações quando ela estacionou o carro no castelo Dele. A sensação de queimação no estômago dela a corroia por dentro e era o que mais a incomodava. Ele era seu homem e ela tinha errado com Ele. Ou talvez, ela pensou em um tom mais divertido, estava mesmo na hora Dele conhecer toda força que ela tinha dentro dela (por assim dizer).
De tênis, camiseta de futebol e rabo de cavalo ela desceu do carro. Era uma provocação, ela bem sabia, ir à casa Dele vestida daquele jeito. Desafiar autoridades era seu maior defeito e, de contra partida, sua melhor qualidade. Ela entrou pela porta da frente com um estrondo, sem se importar se Ele acharia bom ou ruim sua entrada triunfal na sala de visitas. Sem olhar pros detalhes em rococó (porque ela já os conhecia bem demais), ela rodou sob os calcanhares e começou a procurar por Ele.
Um calafrio percorreu sua coluna quando ela olhou fundo na cristaleira de vidro colorido. O reflexo Dele, parado bem atrás dela, parecia um fantasma do passado. Ela lembrou: Fora até o castelo pagar o erro de bater de frente com Ele. Na mesma hora ela lembrou que também queria desafiar seu Mestre ainda mais e engoliu o remorso pelo o que tinha feito. Ela não ia deixar Ele ganhar tão fácil, não dessa vez....
Dando meia volta em um movimento único encarou Ele e O olhou fundo nos olhos, ficando muito séria mesmo quando Ele deu um meio sorriso sádico. O silêncio durou apenas alguns segundos, mas pareceram horas para ela.
- Não sei se o pior foi você entrar na minha casa como um trovão, fazendo um barulho absurdo ou se é o pior é esse seu atrevimento de me olhar fundo nos olhos como se estivesse certa.
Ela fez um bico com os lábios. Poderia rir Dele mas não queria lhe dar nada que O tornasse mais forte. E, nesse ponto, qualquer sensação seja ela boa ou má seria dar algo a Ele. Ela votou pela indiferença.
- Não vai falar nada Monique?
- Deveria falar algo? - Perguntou calmamente.
O susto e a surpresa invadiram o rosto Dele claramente. Ela nunca havia agido daquela forma. Em outra hora, ela era a submissa perfeita e docil mas Ele sabia, sempre soubera, quem tinha nas mãos.
- Deixe essa sua mochila horrorosa no sofá dourado. Você vem comigo para o meu quarto.
Balançando o quadril magro e jovem, Monique caminhou até o sofá e largou a mochila com um som oco e forte. Ouviu a respiração de irritação Dele e comemorou. Ótimo, a fera estava acordando.
Subiram a escadaria majestosa em silêncio absoluto. Ele na frente e ela atrás, como sempre faziam. Enquanto passavam pelos corredores reais, ela tremeu uma única vez. Ela sabia o que estava fazendo, mas também sabia as consequencias de seus atos e no momento, as consequencias seriam muito mais que dolorosas.
Ele abriu a porta e deixou que ela entrasse primeiro. Hoje, o quarto não tinha velas e nem luzes reguladas em um tom morno. O quarto azul estava iluminado com uma luz fria e branca e havia um carrinho de madeira com rodas coberto por um pano. Monique se perguntou o que havia embaixo daquele pano mas logo perdeu o interesse.
- Tire a roupa. - Ordenou Ele friamente.
Ela levou as mãos até a base da blusa automaticamente, mas resistiu a tempo de ceder a submissão treinada. Percebeu que Ele a observava com curiosidade e isso a agradou.
- Monique, mandei tirar a roupa. Ou será que prefere que eu rasgue ela inteira?
Sentindo um calafrio na coluna que a deixou toda arrepiada de medo e antecipação ela cravou as unhas nas palmas das próprias mãos.
- Eu já te obedeci antes sem questionar. - Começou sua explicação. - Mas estou cansada de lhe dar o que não tenho Senhor...e uma pessoa só pode dar o que tem.
- Do que está falando?
- De submissão ao Senhor.
As mãos Dele se fecharam também, mas de raiva. Os traços Dele, pesados como os de um guerreiro bretão, se fecharam e Ele ficou levemente vermelho.
- Não se acha minha, não é mesmo Monique? - Ele começou a rodar em volta dela, calmamente. - Não acha que essa corrente no seu pescoço não a marca como minha? Você é minha menina...tem até meu cheiro! - gritou. - Eu fui leve com você, mais do que deveria ser e olha só o que tenho que aguentar...provocações baratas de um tampa de um metro de cinquenta!
- Não tenho um metro e... - Falou entre os dentes.
- Calada! - gritou ainda mais alto. - Você não tem direito de falar! Você não entende, não é mesmo? - Ele agarrou ela pelo braço, com uma força impressionante. - Eu não vou aceitar suas crises e nem seus desejos de liberdade Monique! Eu quero tudo...ou então não quero nada...
Ele a soltou, com tanta força que ela caiu sentada na cama macia. Assustada, o coração dela martelava no peito como um tambor sem ritmo.
- Você queria a fera...pois bem, vai ter ela.
Ele se virou tão rápido que ela nem teve tempo de protestar quando Ele rasgou a blusa dela em um movimento único a deixando com os seios expostos sob a luz branca. Sem dar o braço a torcer, ela permaneceu séria, mesmo quando Ele a encarou.
- Tire a calça
Sem protestar, ela tirou a peça de roupa olhando nos olhos Dele. Ela sentia vontade de chorar, de pedir desculpas por agir daquela forma mas segurou firme. Hoje ela ia até o final da estrada. Quando Ele se aproximou de novo e passou o dedo pela coxa dela, ela se arrepiou de medo. Viu a calma O invadir e o sadismo Dele exponenciar.
- É sempre uma pena marcar algo tão belo...
- Marcar?
Surpresa com a colocação, ela recebeu um tapa forte no rosto e quando caiu na cama num movimento defensivo. Sentiu Ele segurar suas mãos e começar a amarra-las na frente de seu corpo. Ainda atortoada pelo tapa, ela soltou um resmungo de protesto que foi respondido com um puxão na corda, deixando seus pulsos tão juntos quanto podiam.
Quando Ele a soltou ela se enrolou em uma bola para olhar para Ele e se surpreendeu com a imagem de seu Dono calmo, tirando o cinto da própria calça.
- O que está fazendo? - Perguntou ela quase preocupada.
- Tomando de volta o que é meu.
Ela pensou rapidamente, mas não podia seguir com aquilo. Não mais!
- Senhor, por favor, não! Eu lhe imploro, me bata com outra coisa.
- Esse foi o problema... - Confessou. - Lhe dar sempre o que quer. Não mais Monique...não mais...
Ele levantou o cinto enquanto ela gritou em antecipação pelo panico que sentia daquele objeto. A mão Dele, as vezes tão pesada, empunhou o cinto como um homem empunha uma espada em defesa da própria honra. Certeiro em suas pernas e nádegas e sem pausas, sem meio termo. Uma, duas, dez, trinta, cinquenta...ela perdeu as contas no momento em que a dor ficou tão aguda que ela começou a chorar.
Ela queria pedir para que Ele parasse, queria jurar que ia obedecer, queria falar qualquer coisa! Porém, quando Ele finalmente parou, ela permaneceu inerte, tão assustada que não podia falar nada. Ele, a agarrando pelos cabelos, a trouxe para perto de seu corpo e sem aviso algum prendeu um grampo sem seu mamilo esquerdo.
- Senhor! - Ela gritou de dor e surpresa.
- Ah, agora eu começo a escutar um Senhor sincero saído dessa sua boca! Mas ainda não é o suficiente...
Prendendo o outro grampo com a mesma habilidade Ele a soltou na cama e ela caiu de bruços, como um peso morto.
- De quatro. - Ele deu um tapa na bunda dela.
Quando ela demorou, porque tudo doída muito, Ele lhe deu um tapa mais forte.
- Eu mandei ficar de quatro Monique!
Se arrastando até a posição ordenada ela encostou a cabeça na cama, tentando esconder as lágrimas e o ouviu rir alto.
- Mais é mesmo uma vadia essa menina. Nem peço e ela já se empina!
Ela o ouviu tirar a blusa e abrir o próprio ziper e encostar nela de leve. Procurou se concentrar e entender o movimento Dele, e então O sentiu rígido e quente. Antes daquela noite, a Dominação Dele sempre se resumira a sessões leves e deliciosas, mas dessa vez não era mágico, era apenas uma conquista. Sentiu Ele se acomodando entre as nédegas dela e deu um pulo pra frente sendo impedida fortemente pelas mãos Dele.
- Se sair do lugar eu juro que vou te foder tão forte que vai precisar de pontos depois.
Ela fechou os olhos, repetindo para si mesma que ia acabar logo, que Ele ia cair em si e não ia fazer isso com ela...mas toda razão partiu do corpo dela no momento em que Ele se enfiou dentro com força. Era a primeira vez que ela fazia aquilo e sentir Ele daquela forma, sem lubrificação alguma a fez gritar e se sentir muito tonta. Ele era como um bastão em brasa, rasgando ela por dentro e a humilhando em todos os sentidos.
Sem se importar com a dor dela, Ele começou a se mover segundo o próprio prazer.
Mole, apenas sustentada pelas mãos de seu Senhor, ela perdeu a noção do tempo, da dor e de si mesma...ela nem era mais dela. Ouvia os gemidos Dele aumentando e não havia nada de glorioso ou de prazer naquilo. A dor era maciça, fria e reta. Não haviam se quer palavras para descrever.
Ele parou sem aviso algum, mas não se tirou de dentro dela. De longe, ela ouviu barulhos de vidros batendo e entendeu que Ele puxara o carrinho para si. Algo gelado e com cheiro metálico foi passado no alto de sua coxa esquerda. E ela nem se importou quando ouviu o segundo barulho de vidros se batendo, como se Ele procurasse algo.
Saindo de dentro dela no momento em que gozou, Ele a empurrou para o lado e puxou a perna dela para si se sentando próximo ao local que trabalhava. Passou a perna esquerda dela entre as suas e fez pressão para a manter no lugar.
- Você é minha...ouviu bem Monique, minha!
A ponta fina encostou nela apenas por tempo o suficiente para ela entender que ele segurava uma espécie de lâmina. Dessa vez, ela teve tempo de morder a boca e Ele logo começou sua lenta e feroz tortura...
O corte se abria e ela girava em um furacão de sentidos.
- Sua, eu sou sua... - repetia em voz alta.
Ele passou quase cinco minutos em um trabalho de concentração e habilidade motora. Depois, tirando uma toalha manchada de sangue do local, puxou a submissa para si soltando seus pulsos e a libertando dos grampos nos seios. Ela gozou, sem entender porque pois não sentia nada além de dor e poxa, Ele nem estava mais encostando nela! Ele riu e a pegou no colo.
- Não fale nada.
Ela viu que entraram no banheiro e que Ele ligou o chuveiro, entrando com ela embaixo dele. Ele a deu um beijo na testa enquanto a ajustava no braço para sustentar o peso dela em si.
Carinhosamente, encostou a própria testa na dela e fechou os olhos, respirando fundo.
- Eu sou sua. - Ela disse arrependida. - Sinto muito pelo o que fiz. Eu sou sua..fui tola de agir daquela forma...eu sei que não posso lhe dar muito, eu só posso me dar pro Senhor...eu só posso me dar... e isso não é dar nada. Eu sinto muito, me perdoe.
- Tudo. - Ele disse passando a mão na coxa dela, onde tinha acabado de gravar suas próprias iniciais. - Você me dá tudo...

21.4.11

Pensamentos

Parece-me muito fácil viver em um mundo de regras. Depois de quase 4 anos de BDSM e conceitos finalmente cheguei ao ponto sem volta. Perder os conceitos parece-me muito mais desafiador agora.
Como a fox, eu sempre gostei de desafios. A fox sempre foi uma mulher ativa, determinada e segura de si. Já a faith é meu lado mais sensível, mais amável, mais gentil...E, pela primeira vez em 4 anos, o lado da faith tem se tornado mais evidente.
É verdade, como diz o livro das virtudes, não existe virtude maior do que dominar e vencer a si mesma. Durante muito tempo deixei de me permitir viver e sentir. Lutei contra todos e tudo na esperança de me manter a salvo de algo que eu nem sei o que é....
Hoje eu vejo claramente, que nos últimos 4 anos eu tenho lutado contra mim mesma, e contra meu lado mais humano: a faith.
É interessante isso. Acredito que a submissa só se torna submissa quando perde para si mesma, quando ela é vencida ou derrotada, quando não há nada que a segura de joelhos. Cheguei nesse ponto. Não de dependencia, porque, ainda bem, a fox jamais permitiria isso, mas cheguei ao ponto em que pertencer a alguém...realmente pertencer a alguém começa a me transformar.
No último final de semana, segunda e terça feira - dias passados com meus Donos - aconteceu muita coisa. E, fico feliz de anunciar, que pela primeira vez a fox perdeu. Perdi uma aposta, perdi parte do orgulho e...por que não, perdi parte da fox. Isso não faz eu deixar de ser quem eu sou, mas abre um novo espaço para o que eu posso me tornar.
Sinto-me dentro de um furacão de desejos, segredos e vivências. Nada parece me ancorar...nem o lençol da cama, nem a mão dos Donos, nem meu próprio juízo...e que bom que está assim! Sinto-me totalmente envolvida por algo mais forte que eu mesma, algo que nem posso lutar contra, sinto-me submissa e capaz de tudo. Não por desejo de agradar, embora ele exista, eu sinto-me realmente capaz de tudo.
Muitos vêm me criticado, alguns até feito pior mas já não importa. E porque importaria?
O Senhor Etrom, ao lado da minha Senhora Eve tem me possuído por direito e conquista. Eles mereceram tudo que tem e tiveram de mim, da mesma forma como gosto de pensar que eu mereço o mundo maravilhoso que eu ganhei quando aceitei a coleira deles.
É isso.. rs
Ps: Susana amor, o proximo texto será um conto, prometo!!!

14.4.11

Reconstruir



"Nunca lamente uma ilusão perdida, pois não haveria fruto se a flor não caísse."
( Thaysa M. Dutra )

A submissa é um quebra-cabeça com infinitas possibilidades de montagem. Acho que é fácil começar, a primeira montagem, a novidade é simples e reta. Criar e treinar quem não tem o copo cheio acaba sendo uma aventura tranquila, intensa e feliz.

Todos mudamos. Passamos pelo processo de resignificação e aprendemos a nos recostruir. E não é fácil quando não somos iniciantes. Nos acompanham toda uma teoria e achismos do que gostamos, vivemos e queremos. A submissa tem suas verdades, seus limites e lógico, é difícil se desmontar.

Junto com a possibilidade da novidade vem a insegurança. Desmontar o quebra-cabeça trás a insegurança: "Será que vou conseguir construir isso de novo?" É o pequeno desespero de ver tudo ficar espalhado e com tanto trabalho a ser feito. E se não for feito, o que vai sobrar?

A insegurança acontece porque algumas coisas independem da submissa. Quando há a entrega não é ela que vai se construir, muito pelo contrário, outro irá dar as chaves para que ela se monte de novo e nossa, como é dificil dar todo esse controle para uma pessoa que não a si mesma.

Vai além da confiança, porque se não confiassemos em A ou em B, acho que nem permitiríamos o desmonte. Acho que se encontra no ponto de se deixar conhecer de verdade e estar ali, verdadeiramente nua. Sim, nua! E isso vai além da nudez física. Quem realmente já se sentiu nua, desprovida de orgulho ou máscaras sabe bem do que estou falando....

Ontem, depois de uma pequena crise porque não está sendo fácil ser desmontada, eu começei a pensar em tudo isso. É...seria mais cômodo fugir? Seria...Até me falaram hoje: "faith, se você está chorando, sai fora..." É fácil né? Se colocar na zona de conforto onde eu apenas vivo minhas fantasias, paro a cena e continuo minha vida, sem, de fato, me SUBMETER a alguém.

A submissão requer conhecimento e o a mudança exije o conhecimento. Eu decidi, de livre e espontânea vontade me submeter? Ok, então vamos viver direito. Ninguém disse que ia ser fácil, mas a submissa que não chorou nenhuma vez que atire a primeira pedra....

12.4.11

Diamantes



Eles se conheçem. Teclam algumas vezes. Discutem teorias. Batem papo.
Ele se mostra: grande e poderoso.
Ela sorri: sádica e firme.
A submissa treme.
Decidem se encontrar. Ele é calmo. Ela impaciente.
A submissa observa, deixa a sensação crescer dentro dela.
Os dois a desafiam, conquistam, tentam a dominar.
Ela se permite, entra na dança, joga o jogo deles.
Eles se adaptam, abrem um mundo novo para ela e se permitem aprender.
Ela muda, aprende o novo mundo, os suga totalmente faminta.
Se eles a batem ou se eles a desafiam, fazem por merecer, aprendem a andar nos passos dela.
Ela se apressa, corre contra seu próprio relógio e se vence por Eles.
Eles começam a crescer juntos.
Se Eles desejam, ela se transforma, Ela é uma escrava, uma puta ou uma donzela.
Se ela deseja, pede, se Eles atendem, ela agradece com toda sua essência.
Viram Dominadores e submissa.
Florescem, transformam, mudam, adaptam.
Eles a ganham.
Ela se ganha.
Ela chora, deixa ser desmotada, aprende a sorrir.
Eles viram asas capazes de possuir a mulher e a cigana.
Eles crescem, ela se adapta.
Ela cresce, Eles viram gigantes.
São, dentro de suas categorias, diamantes.

11.4.11

O SENHOR DA NEVE


"O mais livre de todos os homens é aquele que consegue ser livre na própria escravidão."
( François Fénelon )


Ele abaixou-se próximo à pegada e passou o dedo de leve no local. Um minuto, talvez dois, Ele concluiu. Não, ela não iria longe e não chegaria à fronteira nunca à pé. Poderia rir pois, de fato, era ridículo ela tentar fugir Dele, um feitiçeiro de 800 anos. A tinha comprado em uma feira local como uma escrava mas a mulher, Ele tinha que admitir, era livre de espírito e isso o intrigava.
Não tivera tempo de conversar com ela e nem lhe perguntar o nome pois ela fugira antes mesmo de alcançarem o castelo e agora Ele a caçava como um caçador caça a um urso marrom. Ela conhecia a floresta, talvez tivesse 25, 26 anos de idade e Ele tinha certeza que ela crescera ali. Isso a dava alguma vantagem mas Ele a farejava e o perfume dela estava perto, muito tempo.
Quando Ele se colocou em pé, com seus ombros largos e sua capa negra sobre a cabeça quase riu ao ver ela correndo desesperada em direção aos pinheiros do inverno. Ela, uma visão em um vestido de veludo vermelho e botas escuras, certamente era um colírio para Seus olhos. A pele dela, quase tão branca quando a virginal neve que caia o encantava-O quase o mesmo tanto que os olhos dela, azuis puros como uma pedra preciosa. O cabelo negro já estava solto por seus ombros e ela corria com dificuldade segurando o vestido.
Ele poderia correr atrás dela mas cruzou os braços e começou a gargalhar da situação. Ela parou de correr, com um arrepio que percorreu sua coluna e O olhou.
- Não há para onde ir pequena escrava.
- Brinque de escravos com seu povo, bruxo. - Ela respondeu bravamente.
- Como é seu nome, garota tola?
- Do que lhe interessa?
Ele deu passos em direção a ela e notou que ela permitiu que Ele se aproximasse. Era bem verdade que se ela corresse sua vida poderia acabar e Ele a tomou como sábia. Chegou perto dela e enrolou um pedaço de seu cabelo liso em Seu proprio dedo indicador.
- Minha.
- Tão sua quanto a lua da noite, bruxo. - Ela O cuspiu mas não correu e nem saiu do lugar.
- Tola.
Ela imaginou que Ele lhe daria um tapa no rosto, ou que lhe gritaria palavras amargas sobre seu comportamento inadequado mas não, Ele apenas sorriu e segurou-lhe o braço levemente.
A caminhada silenciosa até ao castelo de pedra no topo da pequena colina a deixara congelando de frio. Ela imaginou uma sala dourada com ouro e veludo importado mas Ela a conduziu por uma portinhola lateral que caiu em uma espécie de porão sombrio e úmido demais. O lugar, cheio de velas e paredes de pedra rachada, cheirava a alecrim e mofo. Não haviam muitos móveis, uma cama gigantesca com lençois azuis, uma mesa de refeições e um baú de canto, além de várias correntes que se penduravam do teto.
- Ficará aqui. Meu nome é Adônis.
- Brígida. - Encantada com o tom de fala Dele ela respondeu o nome finalmente.
- Brigída. - Ele repetiu. - Me dê suas roupas.
Ela O olhou de forma curiosa.
- Está molhada da neve e vou acender a lereira para que se seque.
Sem tirar os olhos Dele, ela respirou fundo.
- Solte o espartilho.
Ela se virou de costas e Ele quase soltou um suspiro. Habilidosamente, Ele achou as fitas do vestido dela e os puxou. Com uma facilidade enorme, o vestido se soltou junto com a camisola e caiu no chão com um som oco. Ela nua era uma sereia de pele branca e curvas acentuadas.
- Fique com as botas, gosto de você assim. - Ele apanhou o vestido e virou de costas.
- Nunca serei sua.
- Veremos.
Ele bateu a porta com força e ela ficou sozinha, nua e tentando achar uma saída. Por uma, duas, três horas...Ela nem sabia mais quanto tempo fazia. Adormeceu e acordou com os pulsos amarrados em algo que fez um barulho metálico. Abriu os olhos para se descobrir na cama, ainda vestida com as botas negras e com os pulsos fortamente algemados.
- Adônis! - Ela gritou.
- Fugiu de mim. - Ele explicou. - Desafia-me e me chama de bruxo.
- Não serei sua.
- E espera secar suas roupas e ficar como uma convidada sem me dar uma parte de sua pele e juventude jovem Brígida?
Ela se ajoelhou na cama e O encarou.
- Minha.
- Nunca!
Ele lhe deu um tapa sonoro e forte no rosto que a deixou vermelha e furiosa. Antes mesmo que ela pudesse reagir Ele a puxou pelas pernas a fazendo cair na cama e se colocou em cima dela.
- Poderia pussuí-la, aqui, agora. - Ele respirou pesado. - Seria minha antes do nascer do sol da nova manhã mas eu estou tão apertado que a machucaria.
Ela virou o pescoço, mostrando-lhe um lado frágil de seu pescoço.
- Machuque-me então.
- Você se quer sabe as consequencias de seus atos?
- Machuque-me seu engomadinho filho de uma....
Ela a virou de costas depressa e se sentou em cima das pernas dela, segurando com força seu cabelo.
- Isso, me provoque Brígida, fale mais e vejamos o que isso pode ser!
- Vai bater em uma mulher Adônis?
- Não, vou bater em uma escrava.
Ela esperou o tapa, a dor de algo contra sua carne mas então sentiu algo estranho como uma gota fervendo que caia sobre suas nádegas e teve medo. Virou o rosto para trás e o descobriu segurando uma vela. As gotas de parafina caiam uma a uma e ela começou a lutar.
- Seu grande...Oh!
Infelizmente, as palavras não saiam e ela notou que a rigidez Dele se apertava contra suas pernas. Se ela gritasse, se pedisse clemência, Ele a ouviria? Enquanto caiam as gotas e ela gemia, a respiração Dele ficou pesada.
- Ótimo. - Ele disse. - Agora, vamos retirar a parafina.
Ele se levantou e ela quase sorriu. Então, finalmente havia acabado sua tortura. No momento seguinte, porém o achou olhando para ela com uma espécie de vara de madeira fina na mão.
- Está louco! Homem, não pode...
- Diga que é minha e tudo terminará agora.
- Adônis!
- É Senhor para você! - Ele a bateu uma primeira vez. - Diga que é minha!
- Nunca! - Ela gritou.
Três golpes curtos e firmes a acertaram fazendo a parafina voar pelo quarto.
- Diga que é minha Brígida, agora.
- Pare com isso!
Outros três golpes.
- Agora!
Ela deixou escapar uma primeira lágrima e já em desespero se puxou para cima na cama, sendo impedida por outros vários golpes fortes que pegaram também em suas coxas.
- Deixe-me ir! Por favor Senhor, deixe-me ir!
- Não! - Ele gritou. - Você é minha e vai admitir isto antes que a noite termine!
Os outros golpes começaram a deixar ela tonta e algo nela deixou seu corpo.
- Senhor, por favor, não me sinto bem!
- Você e apenas você tem o poder de terminar isso Brígida querida. Admita que é minha. Eu a comprei como minha!
Confusa, ela sacodiu a cabeça em negação.
- Não, eu não sou sua, não posso ser!
- Mas é minha!
Os golpes que vieram a fizeram gritar alto e ela se largou na cama.
- Se entregue pra mim e tudo acabará. - Ele disse a olhando na cama.
Ela, com o cabelo espalhado pela cama, O olhou com temor.
- Não.
- Tudo bem, você quis assim...
Ele se virou para o baú e o abriu, mostrando não um fundo oco, mas uma pequena e curiosa mesa de pregos. Ele a pegou fortemente e a levou para o baú, a atando com fitas de couro em cima da pequena mesa.
Ela gritou pela dor e pela surpresa. Enquanto Ele a apertava em uma posição de quatro com o ventre apoiado nas proprias coxas ela começava a ceder. Não iria suportar a dor por mais muito tempo. Ao mesmo tempo que sentia os pregos afundando devagar em sua pele ela desistiu.
- Senhor...
- Ficará aqui.
Ele se sentou atrás dela e ela se deu conta que estava totalmente exposta para Ele.
- Eu sou sua, por favor me solte eu não suporto mais!
- É minha?
- Sim, eu sou sua, por favor Senhor, tenha clemência!
- É minha pela dor ou por medo de que eu veja mais do que sua nudez?
- Eu sou sua porque o Senhor me comprou...não. - Ela sacodiu a cabeça chorando. - O Senhor me ganhou.
- Boa menina...
A mão Dele a acariciou pelas coxas e então a encontrou quente e úmida. Ela, traída pelo proprio corpo se envergonhou e abaixou a cabeça quase se esquecendo dos pregos embaixo dela.
- Realmente, parece que cedeu a mim Brígida. Então Brígida, deseja ir agora?
- Eu...sim. - Engoliu seco. - Desejo.
- Diga a verdade. Diga a verdade para Seu feiticeiro.
As lágrimas corriam livres pelo rosto dela. E o que ela poderia dizer?
- Deseja ficar, não deseja Brígida?
- Sim Senhor.
- Deseja ser possuída, aqui, agora?
- Desejo Senhor.
- Vou lhe machucar.
- Oh, por favor Senhor, me machuque! Não me deixe só no desejo!
Ele soltou um meio sorriso e a penetrou de uma vez só fazendo ela gemer alto. Ela não se importou com os pregos, e nem com o corpo dolorido. Era possível que se sentisse livre daquela forma?
O corpo Dele, junto com o dela em uma dança confusa a deixou pasma de dor e tesão que percorria seu corpo e deixava seu rosto vermelho e transformado. Ele gozou rápido, saindo dela no momento em que ela gozou também.
- Vai ficar aqui.
- Não vai me soltar? - Ela perguntou aflita.
- Não. Uma criada o fará em breve.
- Uma criada?! - Ela tremeu ao pensar na ideia de alguém a achar naquela situação.
- Exatamente, até a noite minha Brígida.
Boquiaberta ela o viu sair e sorriu ao ver na pequena janela o sol surgindo no céu. Ela gargalhou quase preocupada. Tinha gostado da noite e se sentia estranhamente Dele e livre. Quando a criada alta e bonita entrou no quarto e a viu amarrada no baú de pregos e exposta, Brígida mordeu os lábios e esperou.
- É a nova escrava do Senhor?
Ela pensou soprando um fio de cabelo do rosto. Podia dizer que não, mas porque ela mentiria sobre sua súbita liberdade naquela prisão?
- Sim, eu sou a nova escrava do Senhor Adônis. E você, quem é?
- A esposa Dele. - Explicou. - Durante o dia, você é minha...
- Adônis seu grande...
Brígida viu a mulher loira se aproximar e sua pele esfriou de medo novamente.
- Que bom, Ele já te deixou amarrada pra mim! Antes do escurecer Brígida, você será minha...

10.4.11

Relato de um domingo!



Existe algo mágico das primeiras vezes: A primeira conversa, o primeiro toque, a primeira sessão. Era, de fato, a primeira vez que eu iria conversar pessoalmente com os dois que eu sabia que seriam meus Donos.
Nem todos gostariam de ter um casal como Dominadores, é diferente, desafiador e totalmente...louco. Eu ri de mim mesma enquanto me analisava no espelho de casa. Eu estava com um vestido curto demais, salto alto e batom vermelho. Eu nunca me vestia daquela forma e me senti como uma criança com uma fantasia. Uma atriz interpretando um papel.
Cheguei ao local combinado cerca de meia hora antes Deles. Meia hora...ora, meia hora...pareceu um dia inteiro. Acho que só naquele momento senti o quanto eu estava ansiosa. Eu olhava para o teto, imaginando coisas que nem ouso escrever enquanto as pessoas que passavam me olhavam com curiosidade. Fiz questão de vestir meu casaco de couro preto para disfarçar o vestido e evitar olhares avaliadores.
Os pensamentos continuaram me consumindo e logo eu estava quente e impaciente demais. Vários garçons vieram ao meu encontro e eu insistia que estava esperando alguns amigos. Começei a calcular o tempo, contar carneirinhos, pensar em sacanagem...Então o celular tocou. Eram eles.
- Onde você está?
- Onde cobinamos.
- Estamos no restaurante ao lado, venha pra cá.
Peguei a bolsa e cerca de três passos depois, vi os dois de costas, fumando e tomando coca. Cheguei perto e esperei, sendo recebida com um abraço dos dois e logo me sentando. Os dois pareciam ansiosos também e Ela abriu um sorriso muito gostoso.
Ele logo puxou assunto, um assunto que se extenderia pelas próximas horas, mas eu não prestava atenção. Eu só conseguia me concentrar em avaliar os dois em cada movimento. As palavras, já não importavam. Contei todas as histórias de forma automática enquanto observava os dois em cada movimento.
Ele, calmo e ansiosamente contido. Movimentos calculados, respiração compassada (sim, eu contei) e pensamentos que pareciam flutuar ao redor dele. O homem tinha mãos enormes e por quase 10 minutos eu só consegui olhar para as mãos Dele.
Ela já não conseguia se conter tanto. Ela balançava os pés, fumava e sorria gigantemente. Ela era delicada e por Deus, era bonita como a Vênus. Eu a observei com curiosidade porque havia algo nela que acho que ela nem compreende ainda...uma espécia de força totalmente selvagem e não domesticada...
Dizem que três quartos do prazer de abrir um presente é tentar adivinhar o que tem dentro. E foi assim que eles conseguiram me provocar. Ela colocou um pacote cinza em cima da mesa e me disse para abrir dando o conselho de não tirar do pacote o presente. Eu só o abri 3 horas depois para descobrir um plug e um lubrificante. Eu ri comigo mesma e afastei o pacote, ficando um pouco assustada.
Depois de horas e horas de conversa decidimos ir para um motel. Eu me sentia tranquila, calma e o oposto disso...
Olhei os dois e como eles se organizavam. Os dois são parecidos em alguns aspectos: Fumam como chaminé e não são exatamente organizados. Eu andei pelo quarto do motel, fingindo interesse em outras coisas que não eles. Ele me pergunta se eu tinha certeza que queria aquilo. Eu disse que sim, caso contrário, nem estaria ali com eles dois. Ele me manda virar e fechar os olhos. Disse que Ela tinha feito um presente pra mim, e por isso, o segundo presente, Ela que daria.
Obedeci e ela me mandou segurar o cabelo para cima. Senti ela prendendo um colar no meu pescoço e sorri bastante. Olhei no espelho: S.E.
Logo depois disso os dois começaram a se acomodar melhor e me pediram para tirar o vestido do corpo. É... o bendito momento de avaliação. Nunca sabemos se vão gostar ou do que vão gostar...Eles olharam, sem falar muito e logo a Senhora simplismente sumiu para dentro do banheiro.
Eu tinha uma idéia do que viria a seguir. Algo sobre uma limpeza para submissas que já tiveram Donos anteriores. Ele me manda ficar de quatro no chão e eu respiro para obedecer. Ela me chama com o dedinho querendo obviamente que eu vá até o banheiro com ela. Quando chego junto aos pés Dela e lhe dou um beijo ela me diz com a voz feliz:
- Você vai molhar sua calcinha e sutiã se não tirar.
Sem sair do chão, tirei o resto da roupa e fui de quatro até dentro do banheiro. Olhei para o chuveiro aberto e ela me mandou entrar dentro do box. Ele aparece atrás em uma posição que eu não consigo avaliar o rosto Dele e diz para ela:
- Você ensaboa e eu esfrego.
Fico de quatro no chão enquanto sinto que a Dona começa a me molhar com água morna. Ela definitivamente tem a mão mais leve do que eu imaginava mas também existe algo de sádico e torturante em um toque que quase não toca...Acho os olhos Dele, no canto do banheiro, contido...calculado.
Não sei se Eles notaram, mas realmente chega um momento em que você encara a fase nova. Não que eu estivesse presa a fase antiga, mas encarei aquele momento como uma iniciação.
A mão Dele, diferente das Dela, encaram tudo como uma posse. Ele pega tudo mais forte, mas possessivo, puxando mais, arranhando mais.
São sadismos diferentes e que, ao mesmo tempo, se completam tão bem...
É como aquela histórinha da "História de O". Alice, uma menina totalmente entediada com sua vida, vê um coelho de colete correndo no jardim. Ele parece uma ilusão, mas, mesmo assim, ela o segue. Acaba por cair em um buraco negro, mas, dentro deste buraco vive as melhores aventuras de sua vida. Eu me sinto como Alice. Eles são meus coelhos brancos.
Depois de ser esfregada com uma escova que cerdas pouco agradáveis, Ela me tirou todo sabão do corpo e me ajudou a secar rapidamente. Ofereceu-me um roupão e me mandou para o quarto onde Ele me fez sentar na cama. Perguntaram se eu já tinha brincado com velas.
Nunca! Como eu tinha receio de velas! Na verdade, era o medo do desconhecido. Pinguei algumas gotas no braço sozinha e avaliei a dor da vela. Não tinha como saber se eu ia gostar ou não quando a vela já não estivesse mais na minha mão. Deitei de bruços e aí percebi ao primeiro pingo que eu não ia gostar das velas.
A dor da vela, é o tipo da dor que arde, ela não é maçica ou aguda, ela simplismente arde e vai embora antes mesmo de você se acostumar com ela. E aí o Dono resolve que quer tirar a cera com uma faca. Meu pânico inicial foi substituído rapidamente. É...a faca é simplismente deliciosa e dá vontade de deitar e babar. Acho que as velas valem a pena, se tiverem uma faca depois! (Será que vou viciar nisso?)
Aí o Dono inventou de pedir gelo e me mandar derreter. O primeiro copo, tudo bem, tranquilo (muito embora a Dona ficasse me incomodando com a porra da régua na mão). Lógico que depois o copo virou um balde de gelo que foi virado na banheira.
(Me recuso a comentar da moeda tá Donos? rs)
É dificil lembrar as ordens exatas das coisas, porque eu já estava meio fora de mim. Acho que foi aí que levei uns tapas ou me amarraram...nossa, as coisas se misturam deliciosamente na minha cabeça. E aí, apartir desse momento, das cordas ou algo parecido com isso eu entrei em outro mundo. Um mundo só meu. As sensações começaram a se passar como em um filme de tortura e deleite e tudo parecia único, fora de si, louco.
Perdida em sensações só conseguia gemer ou voltar a mim momentaneamente quando puxada para algum lado da cama por uma força maior que a minha. Não, não era o Dono (embora fosse), era simplismente algo mais forte que eu. E não tinha rumo, eu agarrava o lençol e nada me ancorava. Sentia-me em um oceano, puxando um ar...que nem existia.
É como se afogar e querer mais...perder o ar e puxa-lo, só para perder de novo...
Não sei se gozei, se a Dona gozou, se o Dono gozou. Não sei quem gemeu, se fui eu ou se foi Ela...tudo parecia um nuvem só. Tudo era uma casa só. Não se tratava de sexo, ou de nada baunilha, muito menos de 3 pessoas em cima de uma cama. Eramos: Donos e submissa, e simplismente isso.
Fui levada para outro mundo, voltando a mim apenas depois, quando Ele me chamou de volta para a Terra. Ou, talvez, nenhum dos três estivessem mais no mesmo planeta. Talvez, tivessemos de fato sido transportados ao mundo do BDSM (onde acho que estamos até agora).
É essa sensação que ganha a gente: Apanhar e sentir o assopro. Nunca tinha passado por nenhuma relação onde fosse tão bem cuidada e sinto orgulho e prazer em anunciar para o mundo isso. Sou uma sub muito bem cuidada pelos Donos!
E foi isso, simplismente isso e tudo isso. O início dessa nova caminhada BDSM. Se estou feliz? Seria tolo da minha parte querer que caiba em uma palavra só o que eu estou sentindo. Vejo horizontes e isso, no momento, me basta.

8.4.11

About kajira


What is a slave fire you ask? It is the truest form of submission one can offer. It is the passion inside all women that make them dream and fantasize about offering themselves to one man…to give and care for his needs completely and with a fierce desire to do nothing except please him. To desire his touch and approval so much that you continually allow yourself to learn and study that which you do not understand…To watch his every move, his every expression for need.A slave fire…is the burning desire to be totally owned heart, body and soul by ONE Man. To have yourself completely at his mercy… to know he holds the key to your happiness. Even your very life in his hands.We hear all the time that Gor is a harsh, unforgiving place. It is true. It is a world where Men are not afraid to be who they are and women remember what they are. A kajira is submission personified. A kajira is beauty unleashed. A kajira is a woman.

(Fonte: Gorean kajira's training)

6.4.11

O início de uma nova aventura.

(Foto: Google imagens)


É sempre bom recomeçar. Sei que muitos já sabem que este é mais um recomeço meu, desta vez, um recomeço um pouco diferente dos anteriores. Não foi fácil pensar nisso, mas, felizmente, o recomeço aconteceu.
Para os que ainda não sabem, sim, é verdade, a fox está de volta! Aos que já sabiam, bem vindos...bem vindos...