24.4.11

A conquista

(google imagens)

 
"O conquistador dá leis aos povos obedientes." ( Virgílio )

A noite ia alta em um nevoeiro de sensações quando ela estacionou o carro no castelo Dele. A sensação de queimação no estômago dela a corroia por dentro e era o que mais a incomodava. Ele era seu homem e ela tinha errado com Ele. Ou talvez, ela pensou em um tom mais divertido, estava mesmo na hora Dele conhecer toda força que ela tinha dentro dela (por assim dizer).
De tênis, camiseta de futebol e rabo de cavalo ela desceu do carro. Era uma provocação, ela bem sabia, ir à casa Dele vestida daquele jeito. Desafiar autoridades era seu maior defeito e, de contra partida, sua melhor qualidade. Ela entrou pela porta da frente com um estrondo, sem se importar se Ele acharia bom ou ruim sua entrada triunfal na sala de visitas. Sem olhar pros detalhes em rococó (porque ela já os conhecia bem demais), ela rodou sob os calcanhares e começou a procurar por Ele.
Um calafrio percorreu sua coluna quando ela olhou fundo na cristaleira de vidro colorido. O reflexo Dele, parado bem atrás dela, parecia um fantasma do passado. Ela lembrou: Fora até o castelo pagar o erro de bater de frente com Ele. Na mesma hora ela lembrou que também queria desafiar seu Mestre ainda mais e engoliu o remorso pelo o que tinha feito. Ela não ia deixar Ele ganhar tão fácil, não dessa vez....
Dando meia volta em um movimento único encarou Ele e O olhou fundo nos olhos, ficando muito séria mesmo quando Ele deu um meio sorriso sádico. O silêncio durou apenas alguns segundos, mas pareceram horas para ela.
- Não sei se o pior foi você entrar na minha casa como um trovão, fazendo um barulho absurdo ou se é o pior é esse seu atrevimento de me olhar fundo nos olhos como se estivesse certa.
Ela fez um bico com os lábios. Poderia rir Dele mas não queria lhe dar nada que O tornasse mais forte. E, nesse ponto, qualquer sensação seja ela boa ou má seria dar algo a Ele. Ela votou pela indiferença.
- Não vai falar nada Monique?
- Deveria falar algo? - Perguntou calmamente.
O susto e a surpresa invadiram o rosto Dele claramente. Ela nunca havia agido daquela forma. Em outra hora, ela era a submissa perfeita e docil mas Ele sabia, sempre soubera, quem tinha nas mãos.
- Deixe essa sua mochila horrorosa no sofá dourado. Você vem comigo para o meu quarto.
Balançando o quadril magro e jovem, Monique caminhou até o sofá e largou a mochila com um som oco e forte. Ouviu a respiração de irritação Dele e comemorou. Ótimo, a fera estava acordando.
Subiram a escadaria majestosa em silêncio absoluto. Ele na frente e ela atrás, como sempre faziam. Enquanto passavam pelos corredores reais, ela tremeu uma única vez. Ela sabia o que estava fazendo, mas também sabia as consequencias de seus atos e no momento, as consequencias seriam muito mais que dolorosas.
Ele abriu a porta e deixou que ela entrasse primeiro. Hoje, o quarto não tinha velas e nem luzes reguladas em um tom morno. O quarto azul estava iluminado com uma luz fria e branca e havia um carrinho de madeira com rodas coberto por um pano. Monique se perguntou o que havia embaixo daquele pano mas logo perdeu o interesse.
- Tire a roupa. - Ordenou Ele friamente.
Ela levou as mãos até a base da blusa automaticamente, mas resistiu a tempo de ceder a submissão treinada. Percebeu que Ele a observava com curiosidade e isso a agradou.
- Monique, mandei tirar a roupa. Ou será que prefere que eu rasgue ela inteira?
Sentindo um calafrio na coluna que a deixou toda arrepiada de medo e antecipação ela cravou as unhas nas palmas das próprias mãos.
- Eu já te obedeci antes sem questionar. - Começou sua explicação. - Mas estou cansada de lhe dar o que não tenho Senhor...e uma pessoa só pode dar o que tem.
- Do que está falando?
- De submissão ao Senhor.
As mãos Dele se fecharam também, mas de raiva. Os traços Dele, pesados como os de um guerreiro bretão, se fecharam e Ele ficou levemente vermelho.
- Não se acha minha, não é mesmo Monique? - Ele começou a rodar em volta dela, calmamente. - Não acha que essa corrente no seu pescoço não a marca como minha? Você é minha menina...tem até meu cheiro! - gritou. - Eu fui leve com você, mais do que deveria ser e olha só o que tenho que aguentar...provocações baratas de um tampa de um metro de cinquenta!
- Não tenho um metro e... - Falou entre os dentes.
- Calada! - gritou ainda mais alto. - Você não tem direito de falar! Você não entende, não é mesmo? - Ele agarrou ela pelo braço, com uma força impressionante. - Eu não vou aceitar suas crises e nem seus desejos de liberdade Monique! Eu quero tudo...ou então não quero nada...
Ele a soltou, com tanta força que ela caiu sentada na cama macia. Assustada, o coração dela martelava no peito como um tambor sem ritmo.
- Você queria a fera...pois bem, vai ter ela.
Ele se virou tão rápido que ela nem teve tempo de protestar quando Ele rasgou a blusa dela em um movimento único a deixando com os seios expostos sob a luz branca. Sem dar o braço a torcer, ela permaneceu séria, mesmo quando Ele a encarou.
- Tire a calça
Sem protestar, ela tirou a peça de roupa olhando nos olhos Dele. Ela sentia vontade de chorar, de pedir desculpas por agir daquela forma mas segurou firme. Hoje ela ia até o final da estrada. Quando Ele se aproximou de novo e passou o dedo pela coxa dela, ela se arrepiou de medo. Viu a calma O invadir e o sadismo Dele exponenciar.
- É sempre uma pena marcar algo tão belo...
- Marcar?
Surpresa com a colocação, ela recebeu um tapa forte no rosto e quando caiu na cama num movimento defensivo. Sentiu Ele segurar suas mãos e começar a amarra-las na frente de seu corpo. Ainda atortoada pelo tapa, ela soltou um resmungo de protesto que foi respondido com um puxão na corda, deixando seus pulsos tão juntos quanto podiam.
Quando Ele a soltou ela se enrolou em uma bola para olhar para Ele e se surpreendeu com a imagem de seu Dono calmo, tirando o cinto da própria calça.
- O que está fazendo? - Perguntou ela quase preocupada.
- Tomando de volta o que é meu.
Ela pensou rapidamente, mas não podia seguir com aquilo. Não mais!
- Senhor, por favor, não! Eu lhe imploro, me bata com outra coisa.
- Esse foi o problema... - Confessou. - Lhe dar sempre o que quer. Não mais Monique...não mais...
Ele levantou o cinto enquanto ela gritou em antecipação pelo panico que sentia daquele objeto. A mão Dele, as vezes tão pesada, empunhou o cinto como um homem empunha uma espada em defesa da própria honra. Certeiro em suas pernas e nádegas e sem pausas, sem meio termo. Uma, duas, dez, trinta, cinquenta...ela perdeu as contas no momento em que a dor ficou tão aguda que ela começou a chorar.
Ela queria pedir para que Ele parasse, queria jurar que ia obedecer, queria falar qualquer coisa! Porém, quando Ele finalmente parou, ela permaneceu inerte, tão assustada que não podia falar nada. Ele, a agarrando pelos cabelos, a trouxe para perto de seu corpo e sem aviso algum prendeu um grampo sem seu mamilo esquerdo.
- Senhor! - Ela gritou de dor e surpresa.
- Ah, agora eu começo a escutar um Senhor sincero saído dessa sua boca! Mas ainda não é o suficiente...
Prendendo o outro grampo com a mesma habilidade Ele a soltou na cama e ela caiu de bruços, como um peso morto.
- De quatro. - Ele deu um tapa na bunda dela.
Quando ela demorou, porque tudo doída muito, Ele lhe deu um tapa mais forte.
- Eu mandei ficar de quatro Monique!
Se arrastando até a posição ordenada ela encostou a cabeça na cama, tentando esconder as lágrimas e o ouviu rir alto.
- Mais é mesmo uma vadia essa menina. Nem peço e ela já se empina!
Ela o ouviu tirar a blusa e abrir o próprio ziper e encostar nela de leve. Procurou se concentrar e entender o movimento Dele, e então O sentiu rígido e quente. Antes daquela noite, a Dominação Dele sempre se resumira a sessões leves e deliciosas, mas dessa vez não era mágico, era apenas uma conquista. Sentiu Ele se acomodando entre as nédegas dela e deu um pulo pra frente sendo impedida fortemente pelas mãos Dele.
- Se sair do lugar eu juro que vou te foder tão forte que vai precisar de pontos depois.
Ela fechou os olhos, repetindo para si mesma que ia acabar logo, que Ele ia cair em si e não ia fazer isso com ela...mas toda razão partiu do corpo dela no momento em que Ele se enfiou dentro com força. Era a primeira vez que ela fazia aquilo e sentir Ele daquela forma, sem lubrificação alguma a fez gritar e se sentir muito tonta. Ele era como um bastão em brasa, rasgando ela por dentro e a humilhando em todos os sentidos.
Sem se importar com a dor dela, Ele começou a se mover segundo o próprio prazer.
Mole, apenas sustentada pelas mãos de seu Senhor, ela perdeu a noção do tempo, da dor e de si mesma...ela nem era mais dela. Ouvia os gemidos Dele aumentando e não havia nada de glorioso ou de prazer naquilo. A dor era maciça, fria e reta. Não haviam se quer palavras para descrever.
Ele parou sem aviso algum, mas não se tirou de dentro dela. De longe, ela ouviu barulhos de vidros batendo e entendeu que Ele puxara o carrinho para si. Algo gelado e com cheiro metálico foi passado no alto de sua coxa esquerda. E ela nem se importou quando ouviu o segundo barulho de vidros se batendo, como se Ele procurasse algo.
Saindo de dentro dela no momento em que gozou, Ele a empurrou para o lado e puxou a perna dela para si se sentando próximo ao local que trabalhava. Passou a perna esquerda dela entre as suas e fez pressão para a manter no lugar.
- Você é minha...ouviu bem Monique, minha!
A ponta fina encostou nela apenas por tempo o suficiente para ela entender que ele segurava uma espécie de lâmina. Dessa vez, ela teve tempo de morder a boca e Ele logo começou sua lenta e feroz tortura...
O corte se abria e ela girava em um furacão de sentidos.
- Sua, eu sou sua... - repetia em voz alta.
Ele passou quase cinco minutos em um trabalho de concentração e habilidade motora. Depois, tirando uma toalha manchada de sangue do local, puxou a submissa para si soltando seus pulsos e a libertando dos grampos nos seios. Ela gozou, sem entender porque pois não sentia nada além de dor e poxa, Ele nem estava mais encostando nela! Ele riu e a pegou no colo.
- Não fale nada.
Ela viu que entraram no banheiro e que Ele ligou o chuveiro, entrando com ela embaixo dele. Ele a deu um beijo na testa enquanto a ajustava no braço para sustentar o peso dela em si.
Carinhosamente, encostou a própria testa na dela e fechou os olhos, respirando fundo.
- Eu sou sua. - Ela disse arrependida. - Sinto muito pelo o que fiz. Eu sou sua..fui tola de agir daquela forma...eu sei que não posso lhe dar muito, eu só posso me dar pro Senhor...eu só posso me dar... e isso não é dar nada. Eu sinto muito, me perdoe.
- Tudo. - Ele disse passando a mão na coxa dela, onde tinha acabado de gravar suas próprias iniciais. - Você me dá tudo...

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