29.2.12

Mudanças

Declaro que, desde late 2011, faith fox, ESTÁ SOZINHA NO BDSM.

E não aceita a vinculação de seu nome com nenhum Dominador ou Dominadora no momento.

Mudanças

Hoje eu andei por aí e vi algo interessante...

meu manual e da minha amiga Harris...
depois de meses sem postar nada aqui, vim postar por simples orgulho...

hehehe.

12.7.11

Ageplay!


Hoje me perguntaram por aí porque eu resolvi entrar para o ageplay. Bom, para os que não sabem o que é ageplay, o google existe pra isso. rs. Estou um pouco sem paciência para explicar agora.
A verdade é que o ageplay sondou minha vida por muito tempo, primeiro uma amiga praticante, depois um clã inteiro, e, por fim, bateu na porta da minha relação. E, vou confessar, achava loucura!
Como alguém podia praticar algo tão esquisto e até mesmo nojentinho? Pois é, pra variar, paguei minha língua. E a resposta é bem simples: Ageplay foi a melhor coisa que aconteceu na minha relação e no meu BDSM. Nem tenho palavras para descrever e não, o meu ageplay não se baseia simplismente em infantilismo, alias, vamos respeitar, vai muito além disso.
E porque estou praticando? Porque testamos e está fazendo muito bem pra nós três: pra mim, pro Papai Etrom e pra Mamãe Eve.
Quem sabe eu não tomo coragem e posto um conto de ageplay nosso aqui essa semana né?

Pratico porque nos faz bem. Ponto!

23.6.11

wishing you were somehow here again

You were once my one companion
You were all that mattered
You were once a friend and father
Then my world was shattered

Wishing you were somehow here again
Wishing you were somehow near
Sometimes it seemed if I just dreamed
Somehow you would be here

Wishing I could hear your voice again
Knowing that I never would
Dreaming of you won't help me to do
All that you dreamed I could

Passing bells and sculpted angels
Cold and monumental
Seem for you the wrong companions
You were warm and gentle

Too many years fighting back tears
Why can't the past just die?

Wishing you were somehow here again
Knowing we must say goodbye
Try to forgive, teach me to live
Give me the strength to try

No more memories, no more silent tears
No more gazing across the wasted years
Help me say goodbye
Help me say goodbye

17.6.11

Little things

O que faz de um bom dominador um bom dominador? Alguns diriam que é a quantidade de estudo BDSM que ele tem, outros diriam que ser um Dominador é algo simplismente nato e muitos até diriam que é relativo. Posso até estar errada, mas, para mim, o bom Dominador é aquele que dá o que a sua submissa precisa, extamente no momento em que ela precisa (mesmo que ela não compreenda a necessidade naquele momento).
Dar o que a submissa precisa é talvez o maior desafio no BDSM. A necessidade pode ser uma boa sessão de agulhas, ou uma boa sessão de dogplay, mas também pode ser uma enorme bronca ou até um beijo na testa simplismente. Sim, ser um bom Dominador é saber agir nos momentos simples e complexos lendo o que torna o Dominador dominante de fato: sua submissa.
E é por isso que eu vim aqui hoje, porque eu queria tornar público algo pequeno (para mim foi enorme) mas especial. E dizer, que é esse tipo de coisa que ganha uma submissa de verdade. Essa semana não dormi nada, não estou com problemas (alias, problemas todos nós temos, mas nada me incomodava demais) mas a insônia resolveu que ia deixar minha vida de pernas pro ar. Lutei comigo 4 dias até que minha Dona disse: vem que a gente te faz dormir.
Parece simples: Deitar e ser aninhada até dormir. Talvez as pessoas do BDSM não vejam isso como BDSM, bom, não posso culpa-las, porque eu também não via até ser do Senhor Etrom e da Senhora Eve. Mas o que é uma sessão? Apanhar? Ser feita de bichinho? Chamar de Senhor e Senhora? Pra mim foi uma sessão de cuidado, e vou confessar, talvez a mais quebradora de limites que eu já vivi. E foi simplismente maravilhoso. Acho que faziam anos que eu não dormia tão bem. Sono leve, quente e sem pesadelos. Só dormir....
Existem várias formas de se ganhar uma submissa, e, se é que isso é possível me sinto Deles cada dia mais. E sim, Eles são bons Dominadores, e me dão o que eu preciso, no momento em que preciso, mesmo quando eu não compreendo isso. Esta observação vale para uma boa sessão, boas risadas, boas broncas ou simplismente um copo de suco ao inves do bom e velho refrigerante.
Eu olho para o resto do BDSM, para as pessoas e para tudo que acontece a minha volta e me sinto em um mar de calmaria, ancorada em um porto, apreciando meu cais enquanto os outros navios se lançam furiosos ao mar. E o que mais posso dizer? As coisas mudaram para melhor e vão melhorar cada dia mais. Sinto orgulho da minha coleira, dos meus Donos, do nosso SM.
Obrigada Donos.

5.6.11

O mundo da faith fox

As vezes as pessoas me perguntam: Mas porque sadomasoquismo? É engraçado. Nunca colecionei selos e nunca gostei de bonecas barbie. Talvez, como todas as coisas você tenha que nascer com certa aptidão para ser BDSMer. Talvez, todo BDSMer já nasça BDSMer.
Quando a faith fox nasceu - a quase 4 anos atrás - eu me senti como no nascer de um novo mundo. Acho que todos sentimos isso desde crianças. Todos queremos a possibilidade de, as vezes, não ser simplismente a "maria" ou o "joão". A faith fox nasceu como minha própria roleta de possibilidades. Com ela, tudo é possivel, criável e excitante.
Não me vejo sem a submissa. E ai de quem me falar que é impossível viver a submissão 24 horas por dia, 7 dias por semana. Claro, prioridades acontecem. Quando eu vou trabalhar ou passar um dia com a família, a faith fox não deixa de estar comigo. E como poderia, não é mesmo? Somos a mesma pessoa! Nesses momentos, a fox fica apenas em segundo plano, assim como em outros momentos eu mesma fico em segundo plano. E dessa forma, nunca deixo de ser eu, mas também nunca deixo de ser a fox.
É nessa mágica que a criação do mundo do BDSM nasce. É de olhar no rosto das pessoas que trabalham com você ou que você encontra no supermercado e pensar: Ah, se elas soubessem!
Não, não me sinto superior ou melhor que ninguém. Sinto-me apenas capaz e feliz o suficiente para assumir minhas fantasias, vivê-las e não ter medo do que sou. Sim, sou submissa, masoquista e bissexual, e adivinha só...ninguém tem nada haver com isso. Talvez por isso que as pessoas do BDSM sintam-se tão bem consigo mesmas. Por se aceitarem e viverem meus lados mais sombrios e macabros de uma forma tão divertida e responsável.
E as possibilidades são sim infinitas. Quando penso na fox e no que posso fazer com ela, penso até mesmo de pular de paraquedas na Patagônia totalmente nua no inverno. Penso simplismente em ir além, em ser e fazer alguém feliz. Dividir sonhos, fantasias e algumas loucuras.
Se em algum momento sou baunilha? Acho que não. E sei que não há volta. A faith fox sempre fará parte de mim, mesmo quando eu já for tão velhinha que a fox seja apenas uma memória agradável de tudo o que um dia eu fui capaz de viver. E ela sempre será motivo de orgulho. Vida, é isso que a fox significa pra mim, ela é vida.

24.5.11

no Petshop

 Depois que saí do trabalho resolvi que precisava passar no supermercado para comprar as coisas da dogplay já que eu sabia que não teria mais tempo durante a semana. Tudo bem, fui até o supermecado, estacionei o carro e entrei logo no setor de pet shop. Paro na frente das coleiras e das guias com cara de pânico e solto um risinho sozinha.
Como eu tinha que pagar um mico, para um senhor do meu lado e começa a olhar uma guia também. Enquanto ele olha os preços e compara, eu pego uma coleira e forço na mão para ver se é resistente. Ele pergunta: Que cachorro você tem? Olhei para ele branca e morri. É uma daquelas perguntas que você reza para não ouvir quando está comprando material para uma dog. A vontade foi falar: amigo, vc está olhando para a cadela! MAS...viro para ele e respondo: É um labrador.
Obviamente, ele não ia parar de conversar por aí e diz: Nossa, mas essa guia tem amortecedor, leva só a grossa, labrador é manso.
Eu mordo a lingua e falo: Não é não moço, a minha cadela trucida as coleiras dela, ela é rebelde, quanto mais apertada a coleira melhor. Ele ri e continua olhando. Eu coloco uma coleira no carrinho e ele diz: Essa daí é forrada, se ela é tão teimosa compra uma só de couro. Aí eu disse: Não moço, é que eu ainda tenho pena do pescoço dela.
E saio do setor pensando: Essas coisas só acontecem comigo...

19.5.11

A vigia

Era uma vez uma artesã que trabalha no ponto mais alto da cidade. De sua janela, ela sempre via tudo que estava vindo e por isso começou a alertar a população da cidade como um favor sobre tudo que acontecia.
Vem vindo uma tempestade, feche a janela. E todos a ouviam e eram gratos por isso. Todos os eventos eram previstos e avisados e todos na cidade ficavam mais protegidos.
A ignorância do povo no entanto, começou a falar mais alto. Vem vindo bandidos, avisava. E as pessoas iam para o outro lado da calçada, a evitavam e tapavam os ouvidos. Ela começou a ser tratada muito mal e isso a incomodava. Ela se sentia punida por falar demais. Bandidos, por favor, se protejam! Porém, quanto mais ela falava, mas as pessoas a tratavam como a última das criaturas da Terra.
Em uma decisão para seu próprio bem ela decidiu que não avisaria mais nada e passaria a ser gentil e amável, sem nunca mais revelar o que iria acontecer.
Não acontece nada hoje? Não, ela respondia. Está tudo ótimo.
E ela foi chamada de covarde e permaneceu na culpa e a cidade infeliz.

Fim.

16.5.11

Perder x Ganhar

Uma
submissa só ganha quando finalmente perde. Sempre defendi isso. E com razão, pois veja, quando a submissa ganha de seu Dominador, o que resta para ela se não o vazio de não poder desafiar para crescer? É bem verdade, que a verdadeira submissa torce pela vitória, sabendo que esta está na própria derrota. Os dois (no meu caso os três) ganham quando ela perde.
Quando "devolvi" minha safeword senti um peso enorme sendo retirado dos meus ombros. A confiança e a vontade de me sentir livre e totalmente entregue me acertaram como a um apostador de megasena. Eu fui tão feliz naquele momento que dormi como criança, coisa que a muito tempo não acontecia.
A grande verdade, no entanto, era que até então não tinhamos de fato feito uma sessão sem a safeword ainda e como eu já imaginava, isso iria bater de frente com meus issues de controle, entrega e vulnerabilidade. De uma certa forma, a gente nunca está preparada para o baque que é bater de frente - não com seus Dominadores - mas consigo mesma. Não é um grande segredo pra ninguém que eu sou um pouquinho (haha) masoquista e que eu aguento um bocado quando se trata de dor. Só que, quando mexem com seu controle a coisa muda. O fato de não ter uma safeword me fez desejar uma de forma impressionamente quando eu percebi que meus Dominadores iriam me empurrar por um precipício. A dor física em si não foi grande, como eu disse, não é segredo, eu aguento muito mais do que apanhei ontem, mas não se tratava de dor apenas, mas sim de perder.
Apanhei, e o desespero de não poder sair da situação, a vontade de simplismente me sentir no ponto de segurança de novo, a dor do novo foram quase insuportáveis. Cada "ai", não era de dor física, mas sim um pedaço do meu orgulho que deixava meu corpo de uma maneira que talvez nem Eles sejam capazes de entender agora.
Quando a primeira lágrima caiu e eu segurei com todas as forças, achando tolamente que ela ia parar antes de me empurrar por um limite, ela continuou e dessa vez bem mais forte. O choro foi liberado e com ele talvez todo resto de orgulho que me restava.
Eu olhei para ela, ordenada pelo comando de sua voz e ouvi a seguinte frase: "Você sabe que tinha que ser assim, se eu parasse antes, você não ia sentir alivio, não estou te batendo pela dor, mas sim para você quebrar".
E aí, eu percebi o quanto ela me entendia melhor do que eu mesma ao ponto de prever meus desejos, impulsos e necessidades mesmo comigo negando a altos pulmões. O olhar Dele pela primeira vez foi compreensível pra mim. E me doeu perceber o quanto eu me neguei a uma coisa a qual eu já pertencia. É assustador o quanto Eles me tem e me entendendo dessa forma realmente, dignos de ter! Eles estão no meu mundo tanto quanto alguém pode estar. E eu me senti tão segura e protegida por estar naquela situação de acolhimento, entendimento e atenção que não tinha safeword no mundo que valesse o peso daquele ouro.
Não vou falar o resto de práticas que aconteceram, porque de fato, não são importantes aqui neste momento, mas digo o seguinte: Ninguém pode entender o como eu estou feliz e entregue nesse momento. Se tenho minhas dificuldades, pudores e limites? Tenho sim, alguns tão grandes que nem podem ser tocados ainda. E sabe de uma coisa? Nem ligo, porque antes mesmo de eu saber o que eu preciso...eu ganho :)
A coleira no meu pescoço agora se torna um mero simbolismo BDSMista de algo muito maior que isso: uma marca enorme gravada com as letras S.E. que carrego no meu coração todos os dias, aonde quer que eu vá.

12.5.11

Pensamentos II

Acho que no fundo nós a punição nunca é dada por terceiros. Apartir do momento em que você se importa, você mesmo se pune. Falamos muito de treinamento SM, de regras, de obediencia, da dominação psicológica e de teorias que eu geralmente não considero como cabíveis neste nosso mundo. Para ser muito sincera, nunca comprei muito a idéia da dominação psicológica. Pelo menos, não até agora.
Quando começamos a ter um conjunto de normas que impossibilitam você, a submissa, de fazer ou agir de determinada forma tudo muda. Não importa o tipo de restrição, a idéia é a mesma: o treinamento de obediência. Obedecer no BDSM é a idéia de "você é minha e portanto eu mando em você". Pode parecer simples e cruel, mas a idéia é essa. Não precisamos ser justos ou ter motivos (além de sadismo ou desejo) para que seja assim.
Eu tinha um regra. Infelizmente, o meu processo de descoberta e desafio estava em um ponto alto, o que não justifica de forma alguma, mas me dá um chão por onde começar a entender meu erro. Se é que isso pode ser considerado um erro..talvez o meu pior defeito seja me cobrar demais, mas isso não vem ao caso agora.
Bom, quando uma regra é quebrada, as coisas mudam de ângulo e é essa insegurança que me cerca agora. Em uma nova relação como definir ou determinar qual peso cada desvio desses tem? Sei o que você pensou: conversar. É, concordo, mas quando não te dizem nada? Fica apenas um vácuo infinito onde nada é dito porque as pessoas simplismente acham divertido ou sádico ou só não estão com saco de falar. Pois é, o BDSM nem sempre é um mundo justo! É como ser julgada por um crime e não poder estar presente no próprio julgamento. É assim que me sinto.
Claro, não vou ser abusada o suficiente para dizer que não mereço. Por mais que eu tenha tentado controlar e o erro seja um resultado de uma falta de controle físico (falta de treinamento mesmo), não muda o fato de que aconteceu, não importa como.
O silêncio sempre foi o fim para mim. Costumo ser sincera demais, e talvez isso tenha que mudar também, para o meu proprio bem, talvez precise começar a selecionar minhas palavras até obter o retorno necessário.
Ontem, ao conversar com uma amiga do meio sobre essa sensação de incerteza, ela me disse para esperar porque é dificil e sempre foi para as pessoas me dominarem. Mas eu me pergunto esperar até quando? Não vou cobrar respostas, mas também não posso ficar em um ponto onde nada é dito, ou tudo é dito por tempo demais.
Sim leitores, talvez ser treinada não seja tão simples e - não duvidando da capacidade daqueles que me possuem - demore mais tempo do que imaginei. O que vai acontecer? Não sei. Simplismente não sei. Se me importo? Bom, está me doendo e muito e talvez essa seja a pior punição por eu ser IDIOTA O SUFICIENTE PRA PERMITIR QUE COLOCASSEM UMA PORRA DE DOMINAÇÃO PSICOLOGICA EM MIM!
Mas a escolha de entregar tanto foi minha...o erro foi meu...
mas eu só espero que não doa mais do que já está doendo...

Não sei na verdade, desde ontem não sinto vontade de nada. É como se meu corpo já não me pertencesse a um ponto que nem quero mais encostar nele, com medo de produzir o mínimo arranhão em uma propriedade alheia.
Ao mesmo tempo, me sinto no corredor da morte, onde ninguém fala comigo por ser totalmente fora dos padrões sociais. E eu não quero mais...e fui tola de acreditar que podia jogar assim. Antes não tivesse nem encostado em mim durante toda proibição, ou talvez, mentido. Só que infelizmente, eu sou tola demais até pra isso. A pior punição é minha sempre, agora a deles, tem ou não o poder de terminar o que começei.

Se estou preocupada? Não. Se confio? Sim.
Se tenho dúvidas? Tenho. Muitas
Se elas vão ser respondidas? Com certeza não.

Espero o silêncio acabar e espero que seja logo, porque a parede já começa a subir novamente.
Mais um vez, estou no ponto sem volta..é agora, ou agora....