19.5.11

A vigia

Era uma vez uma artesã que trabalha no ponto mais alto da cidade. De sua janela, ela sempre via tudo que estava vindo e por isso começou a alertar a população da cidade como um favor sobre tudo que acontecia.
Vem vindo uma tempestade, feche a janela. E todos a ouviam e eram gratos por isso. Todos os eventos eram previstos e avisados e todos na cidade ficavam mais protegidos.
A ignorância do povo no entanto, começou a falar mais alto. Vem vindo bandidos, avisava. E as pessoas iam para o outro lado da calçada, a evitavam e tapavam os ouvidos. Ela começou a ser tratada muito mal e isso a incomodava. Ela se sentia punida por falar demais. Bandidos, por favor, se protejam! Porém, quanto mais ela falava, mas as pessoas a tratavam como a última das criaturas da Terra.
Em uma decisão para seu próprio bem ela decidiu que não avisaria mais nada e passaria a ser gentil e amável, sem nunca mais revelar o que iria acontecer.
Não acontece nada hoje? Não, ela respondia. Está tudo ótimo.
E ela foi chamada de covarde e permaneceu na culpa e a cidade infeliz.

Fim.

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